Antes de ato na Paulista, Temer foi ao STF levar promessa de Bolsonaro de não atacar ministros
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Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista, no domingo, 25 de fevereiro. — Foto: Reprodução O ex-presidente Michel Temer foi escalado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para antecipar ao Supremo Tribunal Federal que ele se comprometia a não fazer ataques à corte ou a seus ministros durante o discurso que faria -- e fez-- na avenida Paulista neste domingo (25). Segundo relatos de integrantes do Supremo, Temer os procurou pessoalmente dizendo que Bolsonaro estaria ciente dos riscos de resvalar para uma fala anti-institucional e que podia garantir que o quadro do PL baixaria no tom e falaria, inclusive, em "pacificação". Temer foi chamado e pegou um avião exclusivamente para falar com o ex-presidente. É a segunda vez que o emedebista é acionado por Bolsonaro em momento de crise. Como se sabe, a trégua retórica do ex-presidente, na ocasião, não durou muito. 2 de 3
Michel Temer passou a faixa da Presidência da República para Jair Bolsonaro — Foto: Marcos Corrêa/PR Na Paulista neste domingo, Bolsonaro manteve o que havia sido sinalizado por Temer ao Supremo. Mas qual o resultado prático disso? Nenhum. As provas, informam integrantes da corte, os vídeos de reunião de cunho golpista, os áudios, as mensagens e as minutas que precedem o 8 de janeiro de 2022 não desaparecem nem pelo tom mais moderado do ex-presidente nem pelo fato de ele ter juntado milhares de pessoas na Paulista. Ao mesmo tempo, a foto do palanque vip do evento também evidencia que está aberta a temporada de caça ao espólio eleitoral do ex-presidente. Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) são os governadores cotados para correr pela direita em substituição ao ex-presidente inelegível em 2026. 3 de 3
Em ato na Paulista, Bolsonaro defende anistia para presos no 8 de janeiro — Foto: Miguel Schincariol/AFP